Apoio Especializado de natureza pedagógica que complementa ou suplementa o atendimento educacional realizado nas classes regulares. O trabalho pedagógico especializado na nossa Sala de Recursos constitui um conjunto de procedimentos específicos que objetiva desenvolver os processos cognitivos, motores e sócio-afetivo-emocionais dos alunos com necessidades educacionais especiais.
segunda-feira, 25 de maio de 2015
quinta-feira, 21 de maio de 2015
"Se fosse ensinar a uma criança a beleza da música
não começaria com partituras, notas e pautas.
Ouviríamos juntos as melodias mais gostosas e lhe contaria
sobre os instrumentos que fazem a música.
Aí, encantada com a beleza da música, ela mesma me pediria
que lhe ensinasse o mistério daquelas bolinhas pretas escritas sobre cinco linhas.
Porque as bolinhas pretas e as cinco linhas são apenas ferramentas
para a produção da beleza musical. A experiência da beleza tem de vir antes".
(Rubem Alves)
não começaria com partituras, notas e pautas.
Ouviríamos juntos as melodias mais gostosas e lhe contaria
sobre os instrumentos que fazem a música.
Aí, encantada com a beleza da música, ela mesma me pediria
que lhe ensinasse o mistério daquelas bolinhas pretas escritas sobre cinco linhas.
Porque as bolinhas pretas e as cinco linhas são apenas ferramentas
para a produção da beleza musical. A experiência da beleza tem de vir antes".
(Rubem Alves)
quarta-feira, 20 de maio de 2015
Dificuldades de Aprendizagem
Para uma aprendizagem de qualidade é relevante ressaltar a importância de
a mesma acontecer dentro de um contexto social, construindo uma relação entre
os sujeitos participantes deste processo, não adianta oferecer quantidades de
estímulos se o resultado do que se quer ensinar não tenha significado para o
aprendiz, seja descontextualizado de sua realidade. É necessário estimular as
capacidades, e em relação aos alunos com necessidades educacionais especiais
visar práticas funcionais, tornando-os cada vez mais independentes e autônomos.
Segundo Bartoli, apud
García (1998, p.39), “a conceitualização das dificuldades de aprendizagem, de
uma maneira ou de outra, implicará tanto para a construção de um modelo de
educação ordinário quanto para a educação especial”.
Dificuldades de aprendizagem e Distúrbios de aprendizagem parecem ser
termos complementares ou até mesmo similares, indiscriminadamente educadores
estigmatizam alunos com estes termos por desconhecimento.
Um distúrbio de aprendizagem
remete a um problema ou a uma doença que acomete o aluno de forma individual e
orgânica, deve-se ter muito cuidado no uso desmedido desse termo, já que a
utilização deste “diagnóstico” por parte dos professores em relação a seus
alunos está cada vez mais comum nas escolas, fazendo com que as dificuldades
dos alunos sejam classificadas como patologias.
Segundo Miranda (2000) a utilização do termo “distúrbio de aprendizagem”
chama a atenção para a existência de crianças que frequentam as escolas e
apresentam dificuldades de aprendizagem, embora aparentemente na possuam
problemas em relação aos aspectos físicos, sensoriais, intelectuais ou
emocionais. Este rótulo, segundo o autor, ocasionou que durante muitos anos
essas crianças fossem ignoradas, mal diagnosticadas ou maltratadas e suas
dificuldades designadas de várias maneiras equivocadas como: hiperatividade,
síndrome hipercinética, lesão cerebral, disfunção cerebral, disfunção na
aprendizagem.
Portanto se faz necessário diferenciar distúrbios de aprendizagem de
dificuldades de aprendizagem. Conforme Fonseca (1995) o distúrbio de aprendizagem
está relacionado a um grupo de dificuldades específicas e pontuais,
caracterizadas pela presença de uma disfunção neurológica. Já a dificuldade de
aprendizagem seria um termo mais global e abrangente com causas relacionadas ao
sujeito que aprende aos conteúdos pedagógicos, ao professor, aos métodos de
ensino, ao ambiente físico e social da escola.
Essa diferenciação é muito importante na realidade inclusiva, pois
percebendo a raiz do problema de aprendizagem será possível perceber se há
necessidade de mudança nos métodos, materiais, ambiente, ou se há a real
necessidade de encaminhamento para uma Sala de Recursos Multifuncional.
Muitos aspectos envolvem a aprendizagem, e o fracasso nesse processo é
muito acentuado nas escolas, a desigualdade social, obstáculos próprios ao
conteúdo trabalhado, dificuldades referentes ao próprio processo de
desenvolvimento, precariedade das condições funcionais e estruturais das
escolas e ainda atividades como a leitura e a escrita que foge do contexto
diário da maioria dos alunos de escola pública são questões que devem ser
avaliadas no momento em que se percebe a dificuldade dos alunos.
Um enfoque ecológico relacionado à dificuldade no aprendizado pode ser
sintetizado em cinco aspectos:
1.
Interação
Social: Linha iniciada por Vygotsky e retomada pelos enfoques
sócio-histórico-culturais. A aprendizagem supõe uma autêntica comunicação
aprendiz-mestre, em igualdade e respeito, atuando o professor na Zona de
Desenvolvimento Proximal de forma dinâmica ou formatos agradáveis e motivantes
em que se repetem as tarefas e se possibilita a aprendizagem;
2.
Reflexão
e resposta pessoal: O aluno aprende de forma ativa, pessoal e afetiva em
processos interativos com o contexto físico e social, com o professor, educador
ou adulto, com as outras crianças, com as tarefas;
3.
Integração:
Como numa orquestra, integram-se os diferentes processos no desenvolvimento de
uma tarefa, como por exemplo, a leitura ou a escrita, ou o cálculo. Essas
atividades implicam conjugar conhecimentos prévios, a automatização, a
reflexão, as autoperguntas;
4.
Transformação
e crescimento: A mudança que se produz com a aprendizagem supõe a conquista de
novos níveis de conhecimento, a conquista de novos níveis de consciência, de
pensamento, de criatividade, de poder transformador ou liberador, na
terminologia de Freire;
5.
Globalidade
ecológica, equilíbrio e ajuste: Em cada aprendiz, atuam diversos sistemas e
subsistemas (ecologia) interatuando a cultura
e a natureza concretizado na família, na escola, no aluno, na comunidade
de forma equilibrada e encaixada como um todo. (GARCÍA, 1998, p. 40/41)
Os sistemas de classificação etiológicos estão preocupados com a
classificação das dificuldades de aprendizagem a partir da causa de origem. Os
sistemas funcionais levam em conta o nível atual de funcionamento, podendo
lançar mão de várias formas de medidas.
Na classificação funcional, a base muda
para alguma medida do nível de desempenho atual da criança. , nesse sistema de
classificação, dois grupos são normalmente separados, em função de medidas de
inteligência. O primeiro grupo é formado daquelas crianças cujo nível
intelectual de desenvolvimento é significativamente inferior à média, são
chamadas de lentas, ou em casos mais graves, de deficientes mentais. O segundo
grupo, são as crianças com nível geral de desenvolvimento intelectual normal,
mas que, apesar disso, apresentam dificuldades em tarefas específicas.
(DOCKRELL; McSHANE, 2000, p. 14)
Segundo Garcia (1998) quando se quer examinar a variedade da dificuldade
decorrente de uma etiologia particular ou no prognóstico em longo prazo de uma
dificuldade usa-se o sistema de classificação etiológica. Dentro desse sistema
há a separação entre dois tipos de sistemas de classificação: casos de causa
identificada e casos de causa hipotetizada. Nos casos de suspeita de
dificuldade de aprendizagem é imprescindível que sejam realizados testes de
avaliação dos sistemas sensoriais.
O número de casos de alunos com dificuldades no processo de aprendizagem
assusta e cresce a cada ano, padrões de comportamento considerados
perturbadores pelos professores são confundidos com essas dificuldades do
processo de aquisição do conhecimento, muitos educadores procuram respostas
para esse problema na área médica, demonstrando que o atual quadro da educação
que apresenta grande número de alunos com fracasso escolar e condutas
antissociais são o principal problema nesse processo de ensino-aprendizagem na
escola atual.
Importante ressaltar que muito contribui para esse elevado índice de
fracasso escolar a expectativa de aluno ideal imaginado por grande parte dos
professores, o que é um problema quando a maioria das escolas públicas é
frequentada por crianças com: carências econômicas, culturais, acesso às
drogas, convívio com alcoolismo, familiares desempregados, ou seja, fatores que
promovem a segregação social resultando na marginalização dessas crianças e
adolescentes, o que provoca confusão entre esses fatores e as dificuldades ou
distúrbios de aprendizagem.
domingo, 17 de maio de 2015
INCLUSÃO ESCOLAR!
Vivenciar a era da
inclusão é presenciar a confusão de entendimentos a respeito do assunto
“deficiência”, é perceber distinções de práticas educativas em função dela, é
sentir o medo, a estranheza e até hostilidade em relação às pessoas com
necessidades educacionais especiais, e tudo isso se deve ao fator “ignorância”.
A falta de conhecimento sobre o assunto é a causa maior das barreiras
atitudinais, conceituais e até estruturais das escolas para o pleno
desenvolvimento da inclusão. Perceber todos os dias as barreiras
intransponíveis que a errônea percepção de incapacidade intelectual das pessoas
com deficiência gera, faz com que se busque uma análise mais abrangente sobre o
assunto, afinal, as pessoas com deficiência intelectual são capazes de
aprender? Essa tomada de consciência é fundamental para que as reflexões acerca
da inclusão passem para a ação. Perceber a pessoa com deficiência como uma
pessoa capaz, como um ser atuante e crítico torna possível uma mudança no ato
de educar, preparando os alunos incluídos para uma efetiva participação no
âmbito social. Como professoras que presenciam todos esses desafios da escola
para fazer uma educação para todos, percebemos a importância de buscar o
esclarecimento do processo de aprendizagem das pessoas com deficiência, para
que daqui a alguns anos a aprendizagem seja uma ferramenta para que as pessoas
com necessidades educacionais especiais possam ocupar seu lugar na comunidade
em que vivem. Escondê-las e negar-lhes a vida social não é mais admissível, com
essa nova concepção de educação isso não deverá mais ocorrer, as pessoas com
necessidades educacionais especiais deverão ser integradas e receberão as
mesmas condições de ensino das demais.
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